segunda-feira, 28 de março de 2011

A HOMOSSEXUALIDADE E SUAS FACES

Por Simone Neto Gurgel


Muitos são os nomes: gay, homossexual, lésbica, transexual, travesti... Remeto-me ao tema por ter me deparado com o aumento do número de casos de homossexualidade que chegam aos consultórios de psicologia, especialmente os adolescentes.


Ainda muito confusos e inseguros, trazem suas questões no período ainda muito confuso da definição de uma identidade sexual.


Diga-se de passagem, tema ainda muito carregado de tabus e preconceitos, apesar de toda liberação sexual dos tempos modernos.


Chega a adolescente, ou o adolescente, sem saber o que dizer, mas já com os olhos marcados pela angústia e pelos pensamentos que se passam na sua cabeça: “não sei por que, gosto de meninas, mas não queria gostar. Meus pais nunca aceitariam essa situação. O que eu faço? Por que sou assim”?


E depois os pais: “minha filha tem jeito de homem, gosta de futebol. Só ainda com meninas. Nós queremos que ela namore, que mude o seu jeito. A Dra. pode tirar essa doença dela?”


O jeito é respirar fundo e dá um passo de cada vez. Nas questões da homossexualidade trata-se de buscar uma aceitação. Primeiro que o próprio paciente se aceite. Se pudesse escolher provavelmente não escolheria essa opção. Quanto preconceito e discriminação ele vai se deparar. E o pior, não corresponder ao desejo dos pais. Trabalho psicológico intenso.


E nesse percurso de auto aceitação, ele se encontra com o mais íntimo da sua personalidade, descobre sua essência, conhece sua história. Existe algo mais terapêutico e libertador do que isso?


E para os pais? O que dizer a eles? Quem ama profundamente seu filho entende que aceitar seu filho como ele é, pode ser a única saída para sua felicidade e o afastamento da depressão.


Não há receita fácil, é claro. Afinal, se libertar de tudo o que a sociedade nos cobra em termos de perfeição exige-nos muito. Mas como pais sabem que também são responsáveis pela formação dos filhos.


O leitor deve estar curioso em saber o por que isso acontece não é mesmo? O primeiro esclarecimento importante a ser feito: não trata-se de uma doença, absolutamente.. Modernamente dizemos orientação sexual em contraponto à opção sexual, pois não se trata de uma opção. E aí entra em cena a história familiar de cada um.


É sabido que a formação da nossa personalidade se dá na infância. E o desejo dos pais em relação aos filhos é peça chave. Como eles são educados, quais as expectativas têm em relação aos filhos. Não cabe aqui entrar em detalhes, pois minha ética não permite. O importante é a compreensão que os pais terão com os filhos homossexuais para que eles sejam muito felizes.


E aos adolescentes cabe dizer que não importa quem vai amar se do mesmo sexo ou do sexo oposto. Mas o fundamental é se aceitar com todas as imperfeições que nos cabem, mas buscar seus ideais, seus projetos e ser muito, muito feliz. Respeitar o outro na sua diferença é o caminho ideal. Viva a diferença!

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